Subiu para 26 o número de mortos na operação policial realizada na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na última terça-feira (24). Uma pessoa ferida pela ação, que estava internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), morreu na madrugada desta quinta (26). Cinco pessoas feridas seguem internadas após a operação: três delas no HEGV, uma na UPA do Alemão e outra na UPA da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

“A direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV) informa que, desde terça, 28 pessoas foram encaminhadas à unidade, na Penha. Desse total, 21 já chegaram mortas e três evoluíram a óbito após atendimento”, informou o hospital. “Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal da Secretaria de Estado de Polícia Civil”, acrescentou. Dos três internados no HEGV, dois estão estáveis e um está em estado grave. A morte de Gabrielle Ferreira da Cunha, atingida por bala perdida durante a operação, não está no balanço de mortes do HEGV.

A direção da UPA do Alemão informou, em nota, que “deu entrada na unidade um homem adulto, que foi transferido para o Hospital Municipal Salgado Filho e um menor sem identificação, já em óbito, cujo corpo foi encaminhado para o IML”. O homem adulto tem estado de saúde estável. Segundo a Polícia Militar (PM), o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fizeram uma ação conjunta na favela da Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio. O objetivo, segundo a corporação, era prender lideranças criminosas escondidas na comunidade, inclusive pessoas que vieram de outros estados, como Amazonas, Alagoas e Pará.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e o Ministério Público Federal (MPF) instauraram Procedimento Investigatório Criminal para apurar as mortes. O comando do Bope deve enviar explicações sobre a operação no prazo de dez dias. O Bope terá que ouvir os agentes envolvidos na operação, indicar os responsáveis pelas mortes e esclarecer a licitude de cada uma.

Além disso, foi requisitado ao Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, da Polícia Civil, que sejam enviadas ao MP informações sobre os inquéritos policiais instaurados.

O Ministério Público também encaminhou ofício à Delegacia de Homicídios (DH), recomendando que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial, inclusive com a comparação dos projéteis que venham a ser retirados das vítimas.

Os pedidos foram feitos no âmbito do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instaurado pelo MP para apurar as circunstâncias das mortes. O Ministério Público Federal (MPF) também instaurou PIC para apurar as condutas, eventuais violações a dispositivos legais, as participações e responsabilidades individuais dos agentes federais.

A ação na comunidade foi realizada pela Polícia Militar em conjunto com a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em nota, a Polícia Militar afirmou que “não é possível considerar exitosa uma operação com resultado de morte, principalmente envolvendo a perda da vida de uma pessoa inocente”, mas reitera que a ação era necessária devido às disputas entre grupos criminosos na região.

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